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E tudo começou... assim!



Estava eu, naquele momento, longe de imaginar o que estaria para acontecer...

Já não eramos totalmente desconhecidos um do outro. Entre nós já havíamos trocado algumas mensagens no Facebook (numa das quais ele mencionou o seu número de telemóvel), já nos tínhamos cruzado em algumas concentrações (tendo ele uma das motos que mais adoro) e a troca de olhares era até então uma constante cena de sedução.
Finalmente, apesar de rodeado de amigos (alguns comuns), tomou a iniciativa e num acto de curiosidade misturado com alguma ansiedade e nervosismo, dirigiu-se a mim.
- É hoje que tenho o prazer de te conhecer pessoalmente? Agora às letras sempre podes associar a voz.
Eu sorri e sei que fiquei atrapalhada e desorientada. Mesmo de costas, de imediato associei sim aquela voz às imensas mensagens, aos olhares já cruzados e à vontade de conhecê-lo. Já o podia ter feito, afinal tinha o contacto dele na minha lista apesar de nunca antes o ter usado. Não sei bem porquê!!!
Sempre o guardei religiosamente mas não quis parecer-lhe precipitada, daí remeti-me ao meu silêncio durante algumas semanas, entregando-me lentamente ao sabor da sua sedução cuidadosa e inteligente.
Sentia por ele algo que ainda hoje não sei explicar sucintamente. Sei que bateu forte o que senti. Mas o que senti e sinto, ainda hoje é-me difícil descrever com clareza.
Naquele dia ficámos por ali. O primeiro impacto estava quebrado e cada de nós seguiu direcções diferentes com o respectivo grupo de amigos.
Deixei passar o Domingo e nada disse... já na Segunda feira foi a minha vez de iniciar o segundo passo. Pensei, recuei, pensei, escrevi, pensei e mandei a primeira mensagem. Não me identifiquei e nem foi preciso, pois a sua resposta foi bem evidente.
"Inês, estava à tua espera. Porque não me disseste nada ontem?"
"Inês?! Como assim?! Quem tu pensas que sou eu?!"
"Não sei quem és de facto, mas gostaria que fosses a Inês."
"Lol, sim sou eu a Inês. Olá, como estás desde Sábado?"
"Ansioso pelo teu sinal. Não páro de pensar em ti."
"Mas como assim? Mal nos conhecemos..."
"Isso é o que tu pensas, já te vi em vários sítios e mesmo não me mostrando, sempre tive de olho em ti. Há muito tempo."
Fiquei perplexa quando descobri que realmente tudo fazia sentido! Descreveu-me datas, ocasiões, lugares onde eu sei que estive presente e ele também, mesmo sem que eu o tivesse visto!
"Como vês, conheço-te bem miúda =)"
"Estou a ver que sim!"
Nesse dia ficámos pela troca de mensagens, despedi-me dele com um beijo e um até mais ler...
No dia seguinte, ouvi a sua voz pela segunda vez, ele ligou-me e marcou-se o primeiro encontro.
Lembro-me bem do desejo que senti no corpo, do sorriso rasgado e envergonhado que coloquei no rosto. Precisava de algo assim! Algo sem pressa ou pressão, sem planos ou falsas promessas. Algo simples, tranquilo e sem stress.
E ele, da forma que o conhecia, era exactamente alguém que preenchia todos estes requisitos. Sempre sorridente, bem disposto e rodeado de amigos, cada vez que nos cruzávamos sentia-o solto, de bem com a vida.
O local escolhido, um bar que desperta os cinco sentidos, contagiante, belo e com um óptimo ambiente.
O cumprimento, dois beijos que nos fizeram sorrir e que despertaram, ainda mais, a vontade de nos conhecermos melhor. Era bom estar ali com ele. Sabia-me a algo diferente de outros encontros. Sentia-me segura, acarinhada e especial.
Pedimos 2 licores beirão e a conversa fluiu ao sabor da música escolhida a preceito.
- Inês é bom estar aqui contigo sentado numa mesma mesa. Estava farto de te ver sempre ao longe.
- Mas já te podias ter apresentado antes, certo?
- Certo, mas embora não pareça eu sou um gajo tímido.
- Hahahahahaha, a timidez não traça de todo o teu perfil, mas se o dizes...
- Andava a programar uma abordagem simpática e bem enquadrada. Diz lá que não gostaste da minha investida! Deixei-te sem jeito.
- Pois, ainda te ris do mal dos outros. Olha que ao contrário de ti não sou nada tímida mas dessa vez deixaste-me sem força nas pernas.
- Ai sim? Muito bem.
- Olha podemos mudar de assunto?
- Outra vez atrapalhada?
- Nada disso, digamos que há muita coisa que quero saber de ti e o tempo urge...
Lembro-me que o desejei naquele exacto momento. Como homem. Como amigo. Queria absorver dele o seu máximo esplendor, os seus sonhos e ambições. Descobri-lo sem parecer demasiado precipitada ou oferecida. Tentava controlar os meus impulsos, assim como ele tentava controlar os seus.
As descobertas foram incríveis e aproximavam-nos ainda mais. A noite foi morrendo ao sabor de outros licores e sentia a cada hora que passava frente a frente com aquele homem, uma ligação quase imediata.
Estaria eu a sonhar? Parecia-me tão estranha (apesar de deliciosa) aquela forte sensação de bem estar!
Não desejava só o seu corpo, queria principalmente conquistar a sua alma e o seu coração... Não desejava só rebolar pelo chão com ele e proporcionar-lhe imensos orgasmos, mas sim conversar horas a fio com alguém que parecia compreender-me tão bem!
A noite tinha chegado ao seu fim e o bar estava praticamente a fechar, eram quase quatro da manhã quando repentinamente surge uma nova sugestão:
- E que tal um nascer do Sol no topo da montanha? Depois um bom pequeno almoço com pão acabado de cozer? Parece-te bem?
- Bem, é Sábado, hoje não temos que ir trabalhar mas... também quero fazer uma sugestão! Posso?
- Diz lá, minha doce Inês.
- Vamos de mota, pode ser?
- Hummmm, nem imaginas como me agrada a ideia.
O resto da noite foi simplesmente espectacular. Tudo correu como planeado. A viagem de mota até ao cume da montanha bem como o nascer do sol, foram deslumbrantes, a companhia magnífica e o pequeno almoço delicioso.
Foi esta a nossa primeira noite comum. Apenas temperada com beijos no rosto e abraços apertados mas fortemente vincada por um qualquer sentimento que apenas ontem descobri... quando pela primeira vez te confessaste, dizendo-me:

- Inês, respeito-te acima de tudo, não te irei desiludir. Sei o quanto já passaste e só quero sentir-te feliz............................................ Amo-te muito!!!
Acredites ou não... Amo-te muito miúda!

Sei que não respondi nem tive qualquer tipo de reacção, o que tu estranhaste bastante. Mas creio que entendeste bem o que senti. Estava feliz, muito feliz. Tinha finalmente conquistado a tua alma e o teu coração como tanto desejava. Mas fiquei sem palavras, tal foi a emoção que me proporcionaste.

E sim... também o sinto, apesar de não o ter dito!
Há muito que não me sentia assim tão feliz. Todos os momentos contigo são incríveis, únicos e inspiradores.

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